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Cláudia Nayara: “Eu não poderia ter ganho aquela depressão quando já tinha tido a perda da minha filha”

“Quis acabar com a minha própria vida.”

Ana Ramos
7 min leitura
Claudia Nayara, Facebook

Cláudia Nayara esteve, recentemente, à conversa com Diogo Assunção no podcast “Lugar Marcado” e falou sobre as fases difíceis da sua vida.

A artista começou por falar sobre a polémica gerada pelas suas declarações no programa de Manuel Luís Goucha, na TVI, no ano passado, quando revelou que tinha cancro do colo do útero.

“A minha pergunta, muitas vezes, era perguntar às pessoas se eram médicos. Como é que tu vais inventar que tens um cancro do colo do útero assim do nada? Esta é a primeira pergunta. Só tive uma justificação a dar, que foi a uma televisão, à TVI. Apresentei os papéis porque eu quis, porque ninguém me obrigou a nada. Isto foi muito para acabar com o assunto”, começou por dizer Cláudia Nayara.

“Agora, a nível de tiktoks, a nível de as pessoas pensarem… elas até podiam pensar o que quisessem, ele [o cancro] esteve lá, foi curado com muito sucesso! Mais uma batalha, mais uma batalha que venci. As pessoas, depois, mandavam-me o tipo de bocas: ‘Mas ela está na praia, não pode apanhar sol’. Tu não sabes quanto tempo durou, tu não sabes aquilo que eu fiz! Ninguém vai saber de tudo! Vai ficar guardado para mim”, sublinhou Cláudia Nayara, afirmando que esses comentários magoaram-na.

“Pensa só uma coisa comigo: Então, eu vou à TVI, falo com o Manuel, gabo o Manel Luís Goucha e vou inventar isso quando perdi a minha filha? A dor maior que eu possa ter na minha vida é a perda da minha filha. Não ia ser um cancro do colo do útero que me ia meter medo… apesar de que o medo estava ali”, acrescentou Cláudia Nayara, confessando que chorou “muitas vezes”.

“É as pessoas pensarem que tudo é inventado. Eu não preciso de canal. As pessoas já fazem canal de mim. Para quê que eu ia estar ali a inventar uma coisa que era real e foi real e foi mais um episódio da minha vida? Mas isso eu tenho de demonstrar à minha família em primeiro lugar. O primeiro telefonema foi logo à minha mãe, os médicos que me trataram, as pessoas mais próximas. Eu acho que nisso fui tão inteligente que não dei mérito nenhum às pessoas que andavam a mandar bocas”, recordou Cláudia Nayara.

“Queres falar, fala, só é pena tu não passares aquilo que eu estou a passar. Às vezes, dava-me essa vontade de dizer, porque as pessoas têm a mania de falarem aquilo que não sabem. E, então, fica já aqui dito que, sim, passo por um cancro do colo do útero, mas não é mais… não tem nada a ver, eu daria tudo para ter a minha filha”, referiu Cláudia Nayara.

De seguida, Cláudia Nayara confirmou que já está bem de saúde e que pode ter filhos: “Agora, falta encontrar o príncipe encantado. Estou solteira”.

“Não está difícil, só que não há homens. Estou exigente, tenho de ser sincera. Eu acho que a vida proporciona que tu cresças e, depois, é assim toda a gente não é maluca de perceber – sem ser o Bruno – que a pessoa que tive quis um bocado de fama, proveito também”, realçou Cláudia Nayara.

“E tu apercebeste-te tarde?”, perguntou Diogo Assunção. “Claro que sim, então, se eu amava. Eu posso dizer, eu amei, eu não tenho vergonha de dizer. E, quando se ama, fica-se cega. A traição nem foi mais por aí, é quando tu percebes que é isso, são pessoas hipócritas, mentirosas e tentam jogar com o teu psicológico”, respondeu Cláudia Nayara.

“Tanto mexeu que quis acabar com a minha própria vida e foi a minha agente que me salvou”, revelou. “Uma depressão daquelas mesmo que eu nunca pensei… Então, guardei, guardei, guardei… Saí à noite, fui divertir-me com a minha irmã, fui jantar, mas estava tudo na cabeça já planeado e aí já não havia nada para fazer”, relatou Cláudia Nayara.

Cláudia Nayara contou que foi a sua agente que a ajudou: “A Alice só me diz ‘Atende como se fosse a tua mãe’. Eu nem à minha mãe conseguia atender. E eu não respondi, ela ligou-me e eu atendo, não atendo, atendo, não atendo”.

“Atendi e ela: ‘Diz-me já onde tu estás, por favor. Nayara, tens muito talento pela frente. A vida não acaba aqui, ninguém merece passar por isto’. E entendo hoje que ninguém merece mesmo nada de nós”, acredita.

“Só quero que as pessoas percebam: Eu posso ser uma inútil e estar a falar deste caso, mas isto é relevante perante pessoas ainda que temos, atores, profissionais da televisão portuguesa que passam por várias circunstâncias, depressões… Eu passei e não tenho vergonha”, concluiu Cláudia Nayara.

“Hoje penso que… eu não penso, este é o meu objetivo de vida… eu não poderia ter ganho aquela depressão quando já tinha tido a perda da minha filha, a Samanta. Eu nunca pensei que aquilo pudesse acontecer”, disse Cláudia Nayara.

“Foi uma acumulação de tudo e mais alguma coisa em que tu pensas: ‘Porquê isto?’. Porque conhecem uma Nayara, falam de cantar, falam de ser uma personalidade muito forte… eu tenho grande coração, sabes, eu dou tudo e eu não devia ser assim. Continuo a ser assim”, rematou Cláudia Nayara.

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