Mafalda Rodiles reagiu, este domingo, nas redes sociais, à entrevista dada por Edgard Miranda, diretor e realizador da novela “Cacau”, com quem esteve casada durante sete anos e de quem tem dois filhos.
“Este comunicado surge na sequência da entrevista dada pelo meu ex-marido e pai dos meus filhos Mel e Martim, Edgard Caminha de Miranda Silva, ao Manuel Luís Goucha, no seu programa da tarde transmitido na TVI. Tenho sido abordada por várias pessoas a esse propósito, sinto-me no dever, enquanto mulher, mãe presente e responsável, de fazer este breve esclarecimento”, escreveu Mafalda Rodiles nas stories do Instagram.
“É falso que a relação tenha terminado com sentimentos mútuos, nem de perto. Foi uma relação que se revelou, mais tarde, tóxica e violenta, marcada por várias traições e ameaças. A par, ele tinha várias adições, tendo o mesmo vindo a ser internado para desintoxicação já quando estávamos separados”, afirmou Mafalda Rodiles.
“A minha saída de casa e que culminou no fim do casamento foi a invasão policial, efetuada no dia 4 de janeiro de 2019 da casa onde morávamos com voz de detenção do meu ex-marido, com um agente da polícia de arma em punho, assustando-me a mim e às crianças de maneira tal que não consigo sequer arranjar palavras para vos dizer o horror que foi”, descreveu Mafalda Rodiles.
“O divórcio realizou-se ainda no Brasil, tendo a regulação das responsabilidades parentais sido feitas nessa constância e o valor da pensão de alimentos determinada de acordo com a lei brasileira – percentagem do valor de rendimento do progenitor e por mútuo acordo”, continuou Mafalda Rodiles, referindo que esse valor “foi pago durante um tempo, mas depois decidiu começar a pagar metade do valor, entrando, assim, em incumprimento de pagamento da pensão de alimentos aos seus próprios filhos”.
“O incumprimento, no Brasil, resulta em prisão civil para o progenitor que incumpre e bem sabendo disso e que eu iria cobrar na justiça os valores que eram devidos aos nossos filhos, coincidentemente, veio para Portugal estabelecer-se”, acrescentou Mafalda Rodiles.
“Assim que chegou a Portugal, deu entrada de um pedido de regulação de responsabilidades parentais contra mim, apenas e só com o fito de reduzir valores de pensão e, nunca, com o fito de passar mais tempo com as crianças”, recordou Mafalda Rodiles.
“Já em Portugal, dia 15 de outubro de 2023, tive de apresentar uma queixa por violência doméstica exercida contra os nossos filhos e contra mim por um episódio ocorrido enquanto o meu ex-marido estava com as crianças totalmente alterado por adição. Mas, quanto a este tema, estando o processo em fase de inquérito e sendo os factos de foro privado, não me irei pronunciar”, contou Mafalda Rodiles.
Mafalda Rodiles garantiu ainda que de tudo o que referiu tem “provas documentais complementadas com testemunhos”: “Não são apenas meras declarações difamatórias, porque sou e sempre serei, pela verdade e honestidade, princípios estes que transmito diariamente aos meus filhos”.
“Nunca quis expor estes episódios lamentáveis pelos quais passei, especialmente para proteger os meus filhos, mas é inconcebível para mim ver a minha vida ser exposta num programa de tv, ser contada uma versão totalmente mentirosa e não me pronunciar”, explicou Mafalda Rodiles.
“Só tenho a lamentar que tantas outras mulheres sofram com este tipo de relacionamentos mentirosos e tóxicos, cujos filhos acabam por presenciar situações que não deviam. É de lamentar que, por pura proteção dos filhos, essas mulheres sejam acusadas de alienação parental. É de lamentar que ninguém vê e, do que veem, ninguém faz nada. É de lamentar que tantas mulheres não consigam sair destas relações. É de lamentar, também, que muitas queixas de violência só sejam levadas a sério quando acontecem episódios mais graves de sem retorno”, referiu Mafalda Rodiles.
“Não sinto culpa alguma pelo fim da relação, por ter regressado a Portugal com os meus filhos para junto da minha família. Foi uma aprendizagem para a vida. Os meus filhos são o bem mais precioso que tenho, vou protegê-los, sempre, até ao fim do mundo. E respeitar-me, também, pois apenas mereço o melhor, a verdade”, rematou ainda Mafalda Rodiles.
Edgard Miranda: “Rezo muito para que a gente volte a ser amigo”
Na passada sexta-feira, Edgard Miranda conversou com Manuel Luís Goucha, na TVI, e falou sobre os seus quatro casamentos, incluindo com Mafalda Rodiles, relação que terminou em 2019.
Edgard Miranda confessou que Mafalda Rodiles foi “um grande amor”: “A nossa relação, os sete anos, foi muito especial… foram sete anos muito especiais”.
“Não foi no momento certo, foi no momento em que tinha tudo para dar errado, que eu não estava num grande momento profissional, eu era contratado a prazo longo, mas estava fazendo um produto que eu não gostava”, lembrou Edgard Miranda, acrescentando que, na altura, tinha terminado uma relação em que a sua casa “tinha virado já um hotel”.
“A Mafalda veio com uma alegria, com uma energia muito boa, uma pessoa muito calma e sempre com a palavra certa. Eu sou uma pessoa super ansiosa, sofro de ansiedade diagnosticada e a Mafalda… ela sabia ter uma palavra… chegava em casa e te dava aquela palavra te dava aquela acalmada”, disse Edgard Miranda.
“Ela conseguiu, pela primeira vez nesse momento, transformar a minha casa num lar, não era só uma casa bonita para as pessoas verem. Foi a primeira vez que eu senti que tinha um lar… isso, para mim, era muito importante… de você chegar e a sua casa ser o melhor lugar do mundo. (…) Com a Mafalda, a gente conseguiu montar uma estrutura, um lar muito bacana”, declarou Edgard Miranda.
Contudo, em 2019, a relação chegou ao fim e Mafalda Rodiles regressou a Portugal com os dois filhos do casal: “Foi um baque e foi difícil porque a gente terminou se gostando muito e a cena que é a pior cena da minha vida talvez foi ter ido ao aeroporto, se despedindo daquela mulher e dos dois filhos. Isso não desejo nem para o meu pior inimigo”.
“Aconteceu porque eu caí naquele clichê do diretor. Eu acabei perdendo esse momento de chegar e entender aquele momento da maternidade da Mafalda que é óbvio… a mãe prioriza muito os filhos, isso é normal. E, mediante aquela opção do parto humanizado, aquilo ainda consome mais ainda, porque a mãe fica mais presente, toda aquela história, o amamentar, a criança vem para a cama, tem toda uma política ali… acaba que o marido fica sendo mais distanciado nesse momento”, recordou Edgard Miranda.
“Ao mesmo tempo, ainda vieram duas novelas durante esse processo e uma série de muito sucesso e muito prestígio, então, eu cai naquele clichezão… eu voltei àquela história antiga. Era uma coisa que tinha sido acalmada, a estaca estava sendo enfiada dentro do vampiro, tiraram a estaca e aí volta aquela coisa de ego, aquele monte de ego que a gente tem aqui dentro volta”, completou Edgard Miranda.
Edgard Miranda assegurou que essa despedida foi um momento “dificílimo” e que se refugiou no trabalho. Logo após a separação, referiu que também não teve muitas possibilidades de ver o filho devido à pandemia: “Cheguei a ficar preso em Marrocos”.
“A Mafalda facilitou-lhe a vida ou dificultou?”, questionou Manuel Luís Goucha.
“Olha, no princípio, foi tudo muito bom, mas, depois, quando eu cheguei aqui teve uma coisa… às vezes, quando bate na história do financeiro, da parte monetária, da parte da grana, isso é uma parte muito chata”, respondeu Edgard Miranda.
“Acabou que a gente teve um pequeno desentendimento, pequeno grande desentendimento porque eu vi que os valores praticados aqui em Portugal são muito menores do que no Brasil, em termos da pensão. A pensão aqui é uma pensão alimentícia, não é uma pensão que você chega ‘não, resolvi pagar’. E eu tentei esse ajuste. Enfim, no início ela foi meio reativa… acabou que a gente teve uma briga”, relatou Edgard Miranda, referindo que foram para tribunal.
“Agora resolvemos, agora ficou tudo resolvido”, informou Edgard Miranda.
“Hoje, o que é que sente pela Mafalda?”, perguntou ainda Manuel Luís Goucha. “Hoje somos pessoas diferentes. É óbvio que vai ser eternamente a mãe dos meus filhos. Rezo muito para que a gente volte a ser amigo”, apontou Edgard Miranda, destacando que tem boa relação com as suas ex-mulheres.
“Tomara que se reponha [a relação de amizade]. Beliscou muito porque acabou agora, foi praticamente um ano de processo e acabou agora. Torço muito para que a gente volte a ser amigo”, adiantou também, lembrando que os filhos “querem é que os pais voltem a ser amigos”.
“A primeira vez que eu vim aqui, o Martim, a primeira coisa que ele fala foi: ‘Mas, pai, porquê que você foi brigar com a mãe?’. Eu sempre chego e falo a verdade, porque, na verdade a culpa foi minha. A fagulha, o que gerou o processo… a culpa foi minha. Eu falei assim: ‘A tua mãe está bem hoje, está com o Gustavo, eles estão felizes ali. Enfim, vamos todos torcer para que isso vá ser um grande núcleo’”, expressou Edgard Miranda, garantindo que “sempre” cumpriu com a sua obrigação de pai no que diz respeito às pensões.
Entretanto, no ano passado, Edgard Miranda referiu que recebeu um convite para vir trabalhar num projeto em Portugal, nomeadamente, na novela “Cacau”, lembrando que já conhecia José Eduardo Moniz há “muito tempo”.
“O início foi super presente, eu via todos os finais de semana. Estava com uma relação muito bacana, conseguia praticamente todo o final de semana, salvo um ou outro porque, é óbvio, estava com saudades”, concluiu Edgard Miranda.
Veja aqui, aqui, aqui e aqui uma parte da conversa.
