O padre Ricardo Esteves falou sobre os preconceitos em relação à homossexualidade na habitual reflexão que partilha diariamente ao início da manhã.
“Olá, vizinha. O teu filho é gay! – Sim, vizinha, o meu filho é gay! – Imagino que faz as suas coisinhas longe de casa e longe de ti. – Não, vizinha! O meu filho não é nenhum fenómeno nem um bicho raro para viver escondido, e sabes porquê? Porque o amor não se esconde nem deve ser motivo de vergonha. O amor mostra-se. – Ai, vizinha, mas ser gay é pecado! – Sabes, vizinha, pecado é ser uma má mãe, um mau pai, um mau irmão. Pecado é ser alguém que vive pendente da vida alheia“, começou por escrever, simulando uma conversa entre duas vizinhas.
De seguida, o pároco deu a sua própria opinião sobre o assunto: “Não te mumifiques na solidão pelo que os outros possam dizer acerca de ti. Se aquilo que és ou vives não perturba a paz, a vida e a liberdade de ninguém, vive do jeito que és, porque Deus ama-te tal como és. Ou não serás tu também filho de Deus?“.
“Vergonha é viver a vida tentando roubar a alegria de viver dos outros. Vergonha é ultrajar os sonhos de quem quer ser feliz. Vergonha é falar acerca de tudo e todos sem consciência de quem se pode ferir. Vergonha das vergonhas é achar que se pode dizer tudo, por se pensar que se é livre, esquecendo que liberdade tem limites e exige responsabilidade“, rematou.
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