Pedro Chagas Freitas: “Escrevo para me encontrar com algo que seja respirável, que me permita continuar”

"Escrevo para me salvar, quem sabe para que outros que estão neste mesmo lugar arenoso, cruel, sem um chão para pousar, acreditem na salvação."

2 min leitura
Instagram

Pedro Chagas Freitas tem partilhado várias reflexões e apoio recebido durante este período em que tem o filho Benjamim internado no hospital. Este domingo, descreveu a sua escrita durante esta fase.

“A p*ta da dor escreve tão bem. Tenho escrito de um lugar que desconhecia. Pensava que não conseguiria estar lá e escrever, pensava que onde se toca a carne viva não se escreve. Para mim, é ao contrário”, começou por referir o escritor no Instagram.

“Escrevo para me encontrar com algo que seja respirável, que me permita continuar. Escrevo para me salvar, quem sabe para que outros que estão neste mesmo lugar arenoso, cruel, sem um chão para pousar, acreditem na salvação. Escrevo para que os demónios me larguem. Sempre precisei de formalizar o mundo para o compreender. Sempre precisei de escrever o que sinto para saber o que sinto”, afirmou Pedro Chagas Freitas.

“Choro nas letras, preciso das palavras para sofrer melhor, para saber do que padeço, até. Escrevo como oração, como prece que me organiza o caos, que torna suportável este massacre ansioso, as questões que não param de nascer. Como se respira dentro deste colete de forças, de medos?”, questionou Pedro Chagas Freitas.

“De onde vos escrevo não quero escrever mais. Não quero saber do texto, quero saber da vida. Não quero escrever o supra-texto, quero a supra-experiência de viver com quem amo. É só, e é tudo”, rematou Pedro Chagas Freitas.

Relacionado:
Exit mobile version