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A Entrevista – Manuela Duarte

Diana Casanova
10 min leitura

Manuela Duarte conta já com uma carreira de mais de uma década no pequeno ecrã e, recentemente, participou, juntamente com o português Pedro Carvalho, na novela Escrava Mãe, da Rede Record. A verdade é que a atriz já integrou projetos televisivos nas principais emissoras do outro lado do Atlântico e mostra-se disponível para trabalhar em Portugal, mas não só. Sabia que a atriz se formou em Publicidade e Propaganda antes de apostar na representação? Sabia que ela já viveu em Portugal? Então leia, em seguida, A Entrevista a Manuela Duarte.


Estudou Publicidade e Propaganda, mas em 2005 decidiu apostar na representação. Porquê a mudança de carreira? O que a fez querer representar?

Na verdade, estudo artes cênicas desde criança. Na hora de escolher uma profissão é que decidi optar por uma faculdade que me desse uma segunda opção de carreira. Mesmo assim, estudei simultaneamente para televisão e cinema durante todo o período em que cursei a universidade. Nunca consegui deixar de atuar. É vital para mim.

Como se preparou para o primeiro trabalho na novela Os Ricos Também Choram (SBT)?

Fui gravar os Ricos sabendo que a personagem era uma enfermeira. Cheguei lá e descobri que as cenas se passavam numa Santa Casa, então, na verdade, a minha personagem era uma freira. Tive que repensar algumas características, mas deu tudo certo.

O que recorda deste primeiro trabalho na representação? Já o reviu anos mais tarde?

Não tenho coragem! (risos) Com certeza vou rir e me julgar ao mesmo tempo! Lembro que contracenei com uma grande amiga, a Thais Fersoza, e foi muito giro. Depois fizemos mais duas novelas juntas, mas as nossas personagens nunca mais se cruzaram em cena!

Depois, em 2007, conseguiu ingressar na série Pé na Jaca, da Globo. Como foi esta mudança para aquela que muitos dizem ser a «maior emissora do mundo»?

Foi uma participação na novela e a primeira vez em que tive que dar um tom de comédia em cena. Contracenei com Marcos Pasquim e Elias Gleizer. Foi uma experiência muito bacana!

Além disso, no mesmo ano também participou em Luz do Sol (Rede Record). Que balanço faz deste projeto?

Luz do Sol vai repetir esse ano na Record. Estou ansiosa para rever! Foi a primeira vez em que interpretei uma vilãzinha. Era uma adolescente rebelde que levava a protagonista, Luma Costa, para o mau caminho. O texto da Ana Maria Moretzsohn era maravilhoso, as cenas eram incríveis. A personagem tinha um tom de deboche que eu adorava!

Como foi trabalhar em dois concorrentes no mesmo ano?

Foi muito giro! Conheci muitas pessoas do meio artístico, experimentei maneiras diferentes de lidar dentro das empresas e tive personagens opostas. Foi um ano produtivo.

Dois anos mais tarde, voltou à Globo, para participar num dos produtos «bandeira» da emissora – Malhação. Como foi a experiência? Sentiu mais responsabilidade por participar numa série com tanta longevidade na televisão brasileira?

Eu tenho muito amor e dedicação a qualquer personagem que faça. A autoria da Malhação nessa época era da Patricia Moretzsohn, que eu adoro, e ela me presenteou com cenas leves e muito divertidas! Ali tive certeza que gostava mesmo de fazer comédia. A Malhação estava com a audiência muito alta nessa temporada e o retorno do público foi muito bacana.

Mais recentemente surgiu no pequeno ecrã na novela Escrava Mãe (Rede Record). Como descreve este projeto?

Escrava Mãe mudou minha vida. Foi a primeira vez em que participei de uma grande produção, tive que morar em outro sítio por 8 meses, e pude desfrutar da personagem que mais amei fazer. Eu me realizei como atriz com a Dália. Obviamente, eu amo o texto do Gustavo Reiz e assim que recebi as primeiras cenas me apaixonei pela personagem.

É uma produção de época. Isso é algo que lhe agrada ou prefere obras mais contemporâneas?

Gosto de ambas. A produção de época exige um cuidado maior. Nos tratávamos por “vosmecê” e nunca por “você”, por exemplo. E tínhamos que ter o cuidado de não ter atitudes contemporâneas. Já nas obras atuais podemos ser mais livres. Cada uma tem seu charme.

A novela conta com o ator português Pedro Carvalho no elenco. Como foi trabalhar com ele?

O Pedro rapidamente se tornou um grande amigo. Logo na primeira vez em que nos falamos no camarim, eu já declarei meu amor por Lisboa e meu desejo de um dia atuar em Portugal. Ele é um ator muito dedicado e agradável de contracenar. Nos falamos até hoje e tenho um enorme carinho por ele. Torço muito pelo seu sucesso.

As pessoas abordam-na muito na rua? Qual é o projeto de que mais lhe falam e que lhe trouxe mais notoriedade?

Algumas ainda falam da Malhação, o que eu acho estranho porque já faz muito tempo. Mas o projeto pelo qual mais me abordam na rua é sem dúvida o de Escrava Mãe. No outro dia eu estava saindo do salão de beleza com os cabelos cortados e coloridos com mechas, completamente diferente do penteado suntuoso e cacheado da personagem, e o porteiro do shopping me parou para dizer que se divertia muito com a Dália. Fico muito feliz que a personagem cativou tanto!

Como é que vê a sua evolução desde 2005 em Os Ricos Também Choram até Escrava Mãe que terminou em 2017?

Sem dúvida cresci como atriz. Hoje atuar é muito mais complexo porque pesquiso mais referências, estudo cada fala, cada silêncio, cada pensamento da personagem. Não sou levada apenas pela intuição, como fazia antigamente. Hoje sou muito mais feliz no processo de criação da personagem.

Em retrospetiva, no seu trajeto, qual foi a personagem que mais a marcou? Porquê?

A Dália, de Escrava Mãe, sem dúvida. Principalmente porque me trouxe muitas alegrias! O processo de gravação foi muito intenso, estávamos longe de nossas casas, mas mesmo assim, a cada cena que chegava, eu tinha um prazer enorme de fazer. O texto era realmente muito bom e me dava muitas oportunidades para criar. O retorno da equipe e do público foi muito bom e eu me divertia muito em cena!

Quais são as suas referências no mundo da representação – atores/atrizes? E com quem gostaria de trabalhar?

Adoro a versatilidade da Meryl Streep e sou louca para contracenar com Antonio Fagundes, Fernanda Montenegro, Laura Cardoso, Tony Ramos e minha querida amiga Irene Ravache. Adoro o texto do vosso querido autor António Barreira. Gostaria muito de atuar numa novela dele!

Então, gostava de trabalhar em Portugal?

Sou louca para trabalhar em Portugal! Tenho grandes amigos no país, me sinto em casa em Lisboa. E tenho recebido muitas mensagens de portugueses pela internet por causa de Escrava Mãe. Sem dúvida, seria muito feliz aí.

Sabemos que viveu uma temporada em Portugal. O que achou do nosso país?

Tenho planos de um dia ir morar em Lisboa. Sou descendente de portugueses e tenho paixão por todo o país. Meu marido e eu fizemos muitas viagens a Portugal desde 2011. A penúltima vez, fui grávida e comprei todo o enxoval do bebé aí. Esta última vez, levamos nosso filho Théo para conhecer essa terra tão amada por nós. Foi realmente uma temporada especial.

Quais são os novos projetos que tem em vista?

Estou num filme chamado Desejos Modernos, que deve estrear em breve. O texto e a direção são do Gustavo Moretzsohn. Na longa-metragem eu sou a Linda, uma funcionária divertida da empresa onde trabalham os personagens de Letícia Spiller e Dudu Azevedo.

Deixe uma mensagem para os portugueses.

Eu gostaria de agradecer todo o carinho que venho recebendo por causa da novela que está no ar em Portugal.  Espero mesmo que estejam gostando de Escrava Mãe e torço muito em um dia conviver mais com vocês. Os portugueses têm um lugar especial no meu coração!


Redatora e cronista