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“Estalinismo” e “pretensos democratas”. Marinho Pinto comenta “caso Mário Machado”

Gabriel Guerra
3 min leitura

A entrevista de Mário Machado à TVI gerou uma onda de polémica que parece estar longe de terminar. A ERC já se pronunciou sobre o assunto e determina a inexistência de qualquer ilicitude nas opções editoriais da TVI. Hoje, em direto no matutino, foi a vez de Marinho Pinto, antigo bastonário da Ordem dos Advogados e atual Eurodeputado comentar a polémica.

«Nós vemos aí vociferações frenéticas, histéricas contra coisas individuais. Algumas motivadas por ódios pessoais ou políticos e não [por] análises e confrontos de ideias», é desta forma que o advogado adjetiva e destaca as reações das vozes que se indignaram com a presença do líder da Nova Ordem Social no programa da TVI. «A pergunta que eu deixo aos  telespectadores da TVI: Mário Machado foi o único que cometeu atos de violência contra pessoas por razões políticas e ideológicas neste país, em democracia? Não houve atentados à bomba? (…) Essas pessoas estão aí, algumas vêm aqui à televisão e ninguém vocifera, ninguém diz nada».

No caso do ex-recluso, que cumpriu pena por vários crimes, entre os quais sequestro e violência racial, Marinho Pinto critica – «Há muita hipocrisia nisto». Na análise feita pelo Eurodeuptado, nem a aguerrida disputa de resultados pelas estações privadas escapou ao seu escrutino. «A pertenço desta histeria toda, há aqui guerras de audiências, interesses económicos, há aqui uma série de situações que estão por detrás e há, sobretudo, ódios políticos», sublinha o jurista que rejeita a posição de todos os que criticam aquilo que considera ser o exercício da democracia, utilizando armas que atentam contra o próprio regime democrático. «A democracia defende-se não utilizando os mesmo métodos dos inimigos da democracia. É no debate das ideias. Um democrata não pode usar contra um fascista, em democracia, o mesmo que o fascista, no fascismo, fazia contra os democratas.».

Para António Marinho Pinto, a explicação para grande parte da polémica instalada em torno deste caso é simples de explicar – a extrema esquerda ainda se alimenta de antigos princípios, que não consegue esconder. «Eliminar direitos humanos por razões políticas ou ideológicas é uma forma cobarde, uma expressão tirânica de uma pulsão ditatorial, que está dentro de muitos destes pretensos democratas, porque saíram do estalinismo mas o estalinismo não saiu deles.»